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Tataruga-da-amazônia resgatada em São Paulo é recebida no Mangal das Garças em ação conjunta

Um espécime de tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) resgatado no Estado de São Paulo é o mais novo integrante da Fauna do Mangal das Garças. A transferência do animal foi uma ação conjunta entre as secretarias de meio ambiente de SP e do Estado do Pará. Em Belém, o quelônio recebeu os primeiros cuidados na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e posteriormente foi entregue a equipe técnica do Parque Zoobotânico.

Após uma longa jornada para recuperação e repatriação, “Betão”, como foi carinhosamente batizado pelos cuidadores, finalmente está em casa: a região amazônica. Pesando 45 kg, o quelônio foi encontrado em um lago em praça pública do município de São José dos Campos, no Estado de São Paulo, no ano de 2021, sob condições totalmente desfavoráveis para a classe Reptilia, da ordem Testudines e família Podocnemididae, a qual pertence.

No Brasil, esses espécimes são encontrados principalmente na Bacia Amazônica, no norte do país. Características próprias da região amazônica permitem que os espécies continuem a se reproduzir e representam o habitat ideal para esses animais. Por isso, ao ser encontrado uma região do sudeste, acredita-se que “Betão” tenha sido vítima de tráfico de animais.

Ao ser resgatado, o animal apresentava anorexia e sinais de pneumonia, e então foi levado para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) da Universidade do Vale do Paraíba, onde passou um ano e sete meses em processo de reabilitação até sua plena recuperação e transferência para Belém do Pará.

Karoline Araújo é residente em medicina de animais selvagens da UFRA e participou ativamente dos cuidados de “Betão”, tanto em São Paulo, onde à época realizava residência no CRAS em que a tartaruga-da-amazônia foi reabilitada, quanto na UFRA, ao retornar para Belém e estar presente no momento em que o animal chegou.

“Ele sofria bastante com as mudanças de tempo em São Paulo, onde o inverno é bastante rigoroso. Então, durante o verão era possível deixá-lo em um lago, mas, ao chegar o período de inverno, por causa do intenso frio, precisávamos conduzi-lo para a área interna do CRAS, por vezes utilizando até mesmo aquecedores, o que ocasionava um grande stresse nele”, relembra Karoline.

De volta para casa – O espécime foi recebido no Mangal das Garças pelo biólogo Basílio Guerreiro. “Inserimos o Betão no lago da Cavername, onde irá conviver com aves, marrecas e outros quelônios. É um ambiente que reproduz o habitat natural dele, e onde irá receber alimentação balanceada e toda a atenção necessária para uma vida tranquila aqui no Parque. Além do Betão, também inserimos, nesta mesma ação, mais dois espécimes da região, uma perema e um tracajá”, conta o biólogo.

Características: A tartaruga-da-Amazônia apresenta casco ósseo, de forma oval, coberto por placas córneas e a presença de manchas escuras regulares na carapaça com cores pretas, alaranjadas ou marfim. As patas são curtas e apresentam cinco unhas nas anteriores e quatro nas posteriores, sendo muito potentes. A cabeça é achatada e possui desenhos no rosto que funcionam como uma impressão digital e não se repetem de um indivíduo para o outro.

Curiosidades: Apesar do nome, a tartaruga-da-Amazônia é considerada, na verdade, um cágado. A tartaruga-da-Amazônia é também conhecida como tartaruga-verdadeira. Ela é considerada o maior quelônio de água doce da América do Sul, podendo ultrapassar 100 cm de comprimento de carapaça e viver até 100 anos.

Texto: Beatriz Santos/Ascom OS Pará 2000

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